Projeto de dez anos coordenado em Portugal por Nuno Peres, professor do Dep. Física e investigador do Centro de Física da ECUM. Graphene Flagship é um consórcio sem precedentes na pesquisa europeia do grafeno. Coordenado por Jari Kinaret, da Universidade de Tecnologia de Chalmers, Suécia, alia 348 universidades, 182 centros de I&D, 50 empresas e quatro fundações, entre outros.
O consórcio Graphene Flagship vai receber, durante dez anos, 500 milhões de euros da União Europeia, provenientes em partes iguais dos Estados-membros e da indústria. O projeto reúne 600 equipas e é liderado em Portugal por Nuno Peres, da Escola de Ciências da Universidade do Minho. O anúncio vai ser feito esta segunda-feira pela vice-presidente da Comissão Europeia, Neelie Kroes, em Bruxelas. Além do grafeno (carbono bidimensional, com ampla aplicação na eletrónica), o concurso milionário "Tecnologias Futuras e Emergentes da UE" distingue com a mesma verba o Projeto Cérebro Humano, que junta 100 equipas para simular o nosso cérebro num supercomputador.
O grafeno é normalmente obtido pela esfoliação da grafite, existindo também nos bicos dos lápis. A sua descoberta deu o Nobel da Física a Sir Andre Geim e Sir Konstantin Novoselov, da Universidade de Manchester, com quem Nuno Peres colabora desde 2005. As propriedades únicas do material vão revolucionar tecnologias à nanoescala em múltiplos sectores, promover o desenvolvimento económico, criar empregos e melhorar o dia-a-dia dos cidadãos, refere a UE.
Nas inovações estão, por exemplo, interfaces óticos, dispositivos digitais flexivéis, resistentes e rápidos (como papel eletrónico ou aviões mais leves e eficientes), além de baterias avançadas, painéis táteis para comunicações móveis, células solares, sequenciação das bases ADN, detetores de radiação electromagnética, sensores de moléculas, sensores de tensão em estruturas, metrologia, e, mais tarde, novos paradigmas computacionais e aplicações médicas vanguardistas, como retinas artificiais.
Investigação sem precedentes
O Graphene Flagship é um consórcio sem precedentes na pesquisa europeia do grafeno. É coordenado por Jari Kinaret, da Universidade de Tecnologia de Chalmers, Suécia, e alia 348 universidades, 182 centros de I&D, 50 empresas e quatro fundações, entre outros. Tem metas muito claras e reúne toda a cadeia de valor, desde a produção de materiais à sua integração em sistemas e componentes. Entre os membros do conselho consultivo estão os dois Nobel, e responsáveis da Nokia e da Airbus. O projeto arranca com 126 grupos académicos e industriais de 17 países, incluindo Portugal, tendo 54 milhões de euros para os primeiros 30 meses. A investigação será alargada em breve a mais 30 grupos, através de candidaturas.
"O programa é muito extenso, mas não cobre todas as áreas. Por exemplo, não tencionamos competir com a Coreia do Sul na área dos ecrãs de grafeno. Contudo, produzir grafeno é obviamente central para nós", refere Jari Kinaret. O projeto europeu foca-se em particular nas tecnologias de informação e comunicação (TIC), transportes físicos e aplicações de suporte na energia e sensores, sendo que deve juntar mais áreas no âmbito do Horizonte 2020 da UE. Nuno Peres considera que Portugal "tem tido um papel importante na área". "Esperamos que a investigação fundamental se transfira rapidamente dos laboratórios para novas aplicações e novos produtos comerciais, que permitam criar postos de trabalho, riqueza e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos", realça o português, que é um dos principais teóricos mundiais na área e já venceu os prémios Gulbenkian Ciência e Seeds of Science.
Mais informações: www.graphene-flagship.eu
O consórcio Graphene Flagship vai receber, durante dez anos, 500 milhões de euros da União Europeia, provenientes em partes iguais dos Estados-membros e da indústria. O projeto reúne 600 equipas e é liderado em Portugal por Nuno Peres, da Escola de Ciências da Universidade do Minho. O anúncio vai ser feito esta segunda-feira pela vice-presidente da Comissão Europeia, Neelie Kroes, em Bruxelas. Além do grafeno (carbono bidimensional, com ampla aplicação na eletrónica), o concurso milionário "Tecnologias Futuras e Emergentes da UE" distingue com a mesma verba o Projeto Cérebro Humano, que junta 100 equipas para simular o nosso cérebro num supercomputador.
O grafeno é normalmente obtido pela esfoliação da grafite, existindo também nos bicos dos lápis. A sua descoberta deu o Nobel da Física a Sir Andre Geim e Sir Konstantin Novoselov, da Universidade de Manchester, com quem Nuno Peres colabora desde 2005. As propriedades únicas do material vão revolucionar tecnologias à nanoescala em múltiplos sectores, promover o desenvolvimento económico, criar empregos e melhorar o dia-a-dia dos cidadãos, refere a UE.
Nas inovações estão, por exemplo, interfaces óticos, dispositivos digitais flexivéis, resistentes e rápidos (como papel eletrónico ou aviões mais leves e eficientes), além de baterias avançadas, painéis táteis para comunicações móveis, células solares, sequenciação das bases ADN, detetores de radiação electromagnética, sensores de moléculas, sensores de tensão em estruturas, metrologia, e, mais tarde, novos paradigmas computacionais e aplicações médicas vanguardistas, como retinas artificiais.
Investigação sem precedentes
O Graphene Flagship é um consórcio sem precedentes na pesquisa europeia do grafeno. É coordenado por Jari Kinaret, da Universidade de Tecnologia de Chalmers, Suécia, e alia 348 universidades, 182 centros de I&D, 50 empresas e quatro fundações, entre outros. Tem metas muito claras e reúne toda a cadeia de valor, desde a produção de materiais à sua integração em sistemas e componentes. Entre os membros do conselho consultivo estão os dois Nobel, e responsáveis da Nokia e da Airbus. O projeto arranca com 126 grupos académicos e industriais de 17 países, incluindo Portugal, tendo 54 milhões de euros para os primeiros 30 meses. A investigação será alargada em breve a mais 30 grupos, através de candidaturas.
"O programa é muito extenso, mas não cobre todas as áreas. Por exemplo, não tencionamos competir com a Coreia do Sul na área dos ecrãs de grafeno. Contudo, produzir grafeno é obviamente central para nós", refere Jari Kinaret. O projeto europeu foca-se em particular nas tecnologias de informação e comunicação (TIC), transportes físicos e aplicações de suporte na energia e sensores, sendo que deve juntar mais áreas no âmbito do Horizonte 2020 da UE. Nuno Peres considera que Portugal "tem tido um papel importante na área". "Esperamos que a investigação fundamental se transfira rapidamente dos laboratórios para novas aplicações e novos produtos comerciais, que permitam criar postos de trabalho, riqueza e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos", realça o português, que é um dos principais teóricos mundiais na área e já venceu os prémios Gulbenkian Ciência e Seeds of Science.
Mais informações: www.graphene-flagship.eu